sábado, 2 de dezembro de 2023

A Prisão


Paredes apertadas se fecham sobre mim, uma prisão que não consegue me prender. Pois minha mente vaga longe dali, longe demais pra alcançar, longe demais pra suportar. E assim a mente vaga, diariamente vaga, pra longe e longe, até que algo a faça retornar.

Geralmente são os carcereiros que me trazem de volta, e sempre com violência. O primeiro, sempre me acerta no estomago, me deixa fraco e debilitado. O segundo me acerta na cabeça, me entorpece e deixa tudo confuso. Mas o pior é o terceiro, ele me enche de drogas que tornam a realidade apenas uma hipótese de algo inalcançável e assim eu nunca vou poder escapar da prisão.

Mas minha mente não se deixa prender... Ela é e sempre será livre enquanto a maquina humana permitir que ela se mantenha... E ela se manterá livre...

Todos os dias os carcereiros vem, quando desejam vir, independente de outro já estar ou não praticando sua própria violência.

Todo dia minha mente viaja pra longe da prisão, por estradas, estrelas ou campos de algodão. Vai onde deseja ir, o mesmo destino de infinitas rotas.

E nesse ciclo sem fim, a visível dualidade. Nenhuma prisão pode me tirar a liberdade.


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